Uma mistura perfeita de história e estória. Assim foi nossa
viagem pelos castelos do Vale do Loire. É difícil saber onde acaba uma e começa
a outra. É difícil saber o que é real e o que faz parte do nosso imaginário. As
histórias de príncipes, princesas, reis, rainhas, castelos estão em nossas
cabeças desde muito pequenos e, nesse lugar, elas se tornam incrivelmente
reais. E elas são mesmo reais. Francisco I, Luís dos mais variados números,
Catarina de Médici, vários Henriques... festas, lutas, mortes... tudo isso é de
verdade. E essa é a parte incrível da coisa!
Durante 3 dias de viagem conhecemos 3 cidades (e mais uma
bem pequenininha) e 6 castelos. O jeito mais recomendado pra se conhecer a
região é de carro, mas não é necessariamente o mais barato. Como temos cartas
de redução de trem (que dá até 50% de desconto nas passagens), ficou bem mais
em conta do que alugar um carro. O carro, no entanto, te dá mais liberdade e,
além disso, nem todos os castelos são facilmente acessíveis por transportes
públicos.
O caminho que fizemos foi o seguinte. Chegamos na cidade de
Blois no domingo pela manhã vindos de Paris (a gente tinha ido lá no sábado).
Logo na estação de trem já pegamos o ônibus para Chambord. Na volta descemos em
Cheverny, mas não quisemos entrar no castelo e ficamos só dando uma voltinha
pela microcidade florida. Passamos a noite em Blois e no dia seguinte partimos
para Amboise de trem (3,30 euros – 18 minutos). Visitamos o castelo de Amboise
e no fim da tarde pegamos o trem para Tours (2,60 euros – 17 minutos). Dormimos
em Tours e, na manhã seguinte, conhecemos os castelos de Villandry e
Azay-le-Rideau de excursão (22 euros por pessoa, sem os ingressos) e de tarde
fomos conhecer o último castelo, Chenonceau. Neste chega-se de trem partindo de
Tours (3,30 – 24 minutos). A volta para Clermont foi no fim da tarde, partindo
de trem diretamente de Chenonceau (4 horas de viagem com troca em Nevers).
As cidades do Vale do
Loire
As principais cidades da região são, em ordem crescente de
tamanho, Amboise, Blois e Tours. Todas elas muito bonitas e simpáticas. Amboise é bem pequena e acolhedora.
Cheia de restaurantes e lojas de lembrancinhas próximas ao castelo. Com
bastante movimentação de turistas.
Blois já é um
pouco maior, mas parece ser a mais pacata das 3 cidades. Foi a cidade que mais
gostei entre elas, pois foi a que achei mais bonita e mais legal de passear.
Tours já é uma
cidade grandinha (140 mil habitantes), com bastante gente pelas ruas, mais
lojas, restaurantes. Tem um centro histórico que é a parte turística da cidade,
onde fica a Place Plumereau, com casas de madeirame e muitos bares e cafés. É a
cidade mais agitada e a mais recomendada para quem vai visitar a região de
carro, pois tem uma localização central com relação aos castelos.
Onde ficar
Seguindo o esquema das outras viagens de ficar em hotéis
baratinhos e com boa localização, dormimos um dia em Blois e outro em Tours.
Amboise ficou de fora porque os hotéis estavam mais caros. Tudo reservado pelo
booking. Em Blois ficamos no Hotel Saint-Jacques. Fica bem em frente à estação
de trem e bem pertinho do centro também (uns 5-10 minutos a pé). Pagamos 55
euros por um quarto com banheiro, TV e internet e sem café da manhã. O hotel é bem limpinho e
ajeitado.
Em Tours ficamos no Hotel Du Cygne. Fica no centro
histórico, entre a catedral e a place plumereau. Boa localização. Dá pra ir a
pé para todo lado, inclusive para a estação de trem, que fica a uns 700 metros.
Pagamos 59 euros o quarto com banheiro, TV e internet e sem café da manhã.
Simples e limpo. Só fiquei desapontada porque o hotel não era de franceses, mas
de chineses que nem falavam francês direito. Poxa, quem tá na França quer ficar
em hotel de francês né!
Como chegar nos
castelos
De maneira geral, é mais fácil visitar os castelos de carro,
mas também é possível fazer com outras formas de transporte, apesar de muitas
vezes não ser muito prático e o fator tempo ser um limitante. Como eu disse lá
em cima, eu não quis alugar o carro por causa do valor e consegui fazer bastante
coisa. Pra quem está com pouco tempo, talvez o carro seja melhor. Mas, de
qualquer forma, fazer as coisas na correria é meio chato.
Os castelos de
Chambord,
Cheverny e
Beauregard são acessíveis por um ônibus que parte de Blois e faz o
caminho Blois – Chambord – Cheverny – Beauregard – Blois. Custa 6 euros o
trajeto inteiro e, com ele, paga-se tarifa reduzida na entrada dos castelos.
Parte da estação de Blois às 9:25 e às 11:28, horários que encaixam com a
chegada do trem de Paris (a volta também encaixa). Mas só funciona de abril a
setembro. O site é
este.
Apesar de ficar isolado, o castelo de Chambord oferece infra-estrutura para os
turistas, como restaurante, lanchonete e lojas de souvenir. Já Cheverny fica
numa cidade bem pequena, praticamente uma rua, daquelas bem cenográficas.
O castelo de Blois fica dentro da cidade de Blois e
é perto da estação de trem (menos de 10 minutos a pé). O castelo de Amboise também fica dentro da cidade, a
uns 15 minutos a pé da estação de trem.
Já o castelo de Villandry é um pouquinho fora de mão, apesar
de ficar a apenas 15 km de Tours. Não consegui descobrir se existe um jeito de
chegar sem ser de excursão. Foi assim que conhecemos também o Azay-le-Rideau,
mas acho que é possível chegar à cidadezinha onde ele fica de ônibus ou trem
partindo de Tours, porém não conseguimos encaixar o horário com o nosso
cronograma.
Chenonceau também é acessível por trem a partir de Tours.
Talvez seja possível chegar partindo de outros lugares, mas tem que confirmar.
A estação fica bem em frente ao castelo. Ele fica em uma cidadezinha bem
pequena com alguns hotéis e restaurantes. Me pareceu beeem pacata!
Como eu disse, outra opção são as excursões. Em Tours havia
várias, que partiam do centro de turismo às 9:30 e também na parte da tarde. O
preço varia de 20-25 euros por pessoa. Podem também ser feitas excursões de um
dia inteiro, pelo dobro do preço, claro. Para a gente foi bom, porque estava
chovendo e não dava mesmo pra passar muito tempo fora dos castelos, mas achei
meio corrido. Parada de 45 minutos em Villandry (só dá pra ver os jardins) e 50
minutos em Azay-le-Rideau, deu tempo de entrar no castelo, mas sem delongas. Acho
que deve ter partindo das outras cidades também, inclusive de Paris.
Eu não visitei os castelos de Saumur, Montreuil-Bellay,
Chinon, Langeais e Loches, mas me parece que também são acessíveis por trem
partindo de Tours. Outros que também são bonitos são os castelos de Chaumont,
Ussé e Moulin, mas acho que nesses não dá pra chegar por trem ou ônibus.
Tarifas
Em todos os castelos que entramos pagamos tarifa reduzida,
seja por conta do transporte ou da carteirinha de estudante. Chambord: 8 euros
(inteira: 9,50 euros – reduzida por causa do transporte). Blois apenas para
espetáculo de som e luz: 6 euros (inteira: 7,50 euros – estudante). Amboise: euros
(inteira: 10,20 euros – estudante). Villandry apenas jardim: 4,50 euros (inteira: 6,50 euros – transporte). Azay-le-Rideau: 6,50 euros (inteira: 8,50 euros – transporte).
Chenonceau: 8,50 euros (inteira: 11 euros – estudante).
Em Chambord é possível passear pelo exterior do castelo sem
pagar. O castelo de Blois também pode ser visto do lado de fora sem pagar.
Apesar de ser possível ver o castelo de Amboise de fora, sem pagar, não
compensa, porque o legal mesmo são seus jardins e a vista, e para isso tem que
pagar. Os outros nem dá pra ver a cara deles do lado de fora. E entre eles,
apenas o de Villandry tem preço diferenciado para visita apenas do jardim
(afinal ele é a grande atração).
Para saber informações sobre os castelos acesse seus sites: