- Fátima, você me prepara um arroz branco? Tá, pode por o frango no forno. Beijinho!
E foi assim que cheguei em Lisboa. Depois de 4 meses entendendo sempre tudo pela metade, ouvir Fátima, arroz branco, frango no forno e beijinho, tudo na mesma frase soa incrivelmente familiar. Faz você se sentir quase em casa. A Fátima era a empregada, o arroz com frango eram para o jantar, e o beijinho... Ah, o beijinho! Me fez praticamente ouvir uma querida avó de uma querida amiga que é portuguesa (a avó não a amiga) me mandando um beijinho ao final da ligação (-Beijinho! Clariiiiice, é a Cârol!).
E foi assim durante todo o tempo que estivemos em Portugal. Foi uma sensação estranha, surpreendente, boa e ruim ao mesmo tempo. Me fez refletir ainda mais sobre línguas, hábitos, cultura... Coisas que a gente não presta a mínima atenção no dia a dia. É estranho estar tão longe e tudo ser tão familiar. A língua, a arquitetura, os programas de tv, as novelas da Globo...
Mas pra mim, o que eu acho que mais fez com que eu me sentisse no Brasil foram as pedras portuguesas... Achei incrível! Elas são realmente portuguesas!!!! Estão por toda parte, em todo lugar e são muito mais bonitas que a do Brasil, porque são muitos os desenhos. Sinceramente, eu nunca tinha imaginado (nem nunca tinha pensado nisso) que as calçadas seriam mesmo iguais às nossas. Foi engraçado ver que Portugal está mesmo no Brasil.
Se Portugal está no Brasil, o Brasil também está em Portugal. As músicas brasileiras tocam lá, as novelas da Globo passam na tv (agora estava passando Morde e Assopra e Insensato Coração), a Record passa na tv. A senhora do hotel (sim, enquanto na França eles metem uma porta com código, te dão a senha e vão dormir, lá a segurança noturna era uma distinta senhora, ou uma velhota, como ela mesma disse!) estava sabendo muito mais do Brasil do que eu. Inclusive ela está acompanhando A Fazenda e também assiste a Escolinha do Gugu!!!!
Ah sim, além disso há muitos brasileiros! Muitos mesmo. Passeando ou vivendo. Tem muito restaurante com picanha e também com arroz e feijão. E, depois de chegar feliz e contente ouvindo a moça telefonar pra Fátima e dizer "E o kiko?" (juro que achei que era falar brasileiro, como eles dizem, demais pra uma portuguesa. e era mesmo. kiko era uma criança!), foi um brasileiro que completou nossa recepção em Lisboa. E essa parte não foi boa não!
Depois desses meses convivendo com a delicadeza, a gentileza e a honestidade dos franceses (claro que nem todos são assim, mas assim foi a grande maioria que cruzou nosso caminho), tive um choque de realidade brasileira!!!! Um taxista grosso, sem educação e sem vergonha. Primeiro pensei: "nossa, os brasileiros são meio mal educados como os portugueses". Mas depois vi que o cara era brasileiro. Ouvindo uma rádio brasileira quase no último volume, sem dizer um bom dia, dirigindo feito um louco. Até aí tudo bem... O cara era meio (totalmente) sem educação, mas acontece. Depois de fazer uma super manobra, chegamos ao hotel e marcava no taxímetro 5,60 euros. Eu tinha lido que tinha 1,60 de complemento de bagagem (que nem era bagagem, porque eram mochilas). Mas tudo bem... passava, afinal estávamos vindo do aeroporto. O que sei foi que ele multiplicou tudo lá e nos cobrou 15,60 euros. A gente disse que não estava entendendo o preço e ele já começou a gritar, como se ele fosse o errado. "Olha aqui, você quer ver... eu te mostro... tem uma taxa do aeroporto..!" Pagamos os 15,60 e deixamos pra lá, muito putos.Com mais raiva ainda ficamos quando o senhor do hotel disse que essa taxa não existe, e que nossas mochilas nem deviam contar como bagagem. Fiquei brava, muito brava... e muito triste, pois vi que não tinha tido esse sentimento de injustiça desde que sai do Brasil.
Aproveitando então: o aeroporto de Lisboa é praticamente no Centro da cidade. Fica a uns 4 km. O táxi lá é muito barato. Provavelmente vai compensar pegá-lo (o aerobus é 3,50 euros até o centro). Mas fique atento. Pergunte antes de entrar se o que vc tem é bagagem e certifique-se, antes de entrar, que só vai pagar o que está no taxímetro mais o complemento, se for o caso. E, pelo que entendi, o complemento independe do número de bagagens, ou seja, NÃO é 1,60 para cada bagagem, mas para todas elas.
Bom, antes de terminar, mais algumas constatações:
1. Os portugueses não chamam todos Manuel. Nem têm bigode. Nem lápis atrás da orelha.
2. É um povo bem simpático. Conhecemos 2 portuguesas no congresso que foram muito legais. Uma delas ficou contando uma história... que ela tinha ido ao Brasil de navio quando tinha 4 anos para conhecer o pai, que estava morando lá. E ela tinha um amiguinho de família japonesa... uma história sem fim.
3. Muitos portugueses têm parentes que estão no Brasil.
4. Os traços são muito parecidos com os nossos mesmo. Aliás, os nossos são parecidos com os deles.
5. Os azulejos portugueses também existem!
Ah sim, além disso há muitos brasileiros! Muitos mesmo. Passeando ou vivendo. Tem muito restaurante com picanha e também com arroz e feijão. E, depois de chegar feliz e contente ouvindo a moça telefonar pra Fátima e dizer "E o kiko?" (juro que achei que era falar brasileiro, como eles dizem, demais pra uma portuguesa. e era mesmo. kiko era uma criança!), foi um brasileiro que completou nossa recepção em Lisboa. E essa parte não foi boa não!
Depois desses meses convivendo com a delicadeza, a gentileza e a honestidade dos franceses (claro que nem todos são assim, mas assim foi a grande maioria que cruzou nosso caminho), tive um choque de realidade brasileira!!!! Um taxista grosso, sem educação e sem vergonha. Primeiro pensei: "nossa, os brasileiros são meio mal educados como os portugueses". Mas depois vi que o cara era brasileiro. Ouvindo uma rádio brasileira quase no último volume, sem dizer um bom dia, dirigindo feito um louco. Até aí tudo bem... O cara era meio (totalmente) sem educação, mas acontece. Depois de fazer uma super manobra, chegamos ao hotel e marcava no taxímetro 5,60 euros. Eu tinha lido que tinha 1,60 de complemento de bagagem (que nem era bagagem, porque eram mochilas). Mas tudo bem... passava, afinal estávamos vindo do aeroporto. O que sei foi que ele multiplicou tudo lá e nos cobrou 15,60 euros. A gente disse que não estava entendendo o preço e ele já começou a gritar, como se ele fosse o errado. "Olha aqui, você quer ver... eu te mostro... tem uma taxa do aeroporto..!" Pagamos os 15,60 e deixamos pra lá, muito putos.Com mais raiva ainda ficamos quando o senhor do hotel disse que essa taxa não existe, e que nossas mochilas nem deviam contar como bagagem. Fiquei brava, muito brava... e muito triste, pois vi que não tinha tido esse sentimento de injustiça desde que sai do Brasil.
Aproveitando então: o aeroporto de Lisboa é praticamente no Centro da cidade. Fica a uns 4 km. O táxi lá é muito barato. Provavelmente vai compensar pegá-lo (o aerobus é 3,50 euros até o centro). Mas fique atento. Pergunte antes de entrar se o que vc tem é bagagem e certifique-se, antes de entrar, que só vai pagar o que está no taxímetro mais o complemento, se for o caso. E, pelo que entendi, o complemento independe do número de bagagens, ou seja, NÃO é 1,60 para cada bagagem, mas para todas elas.
Bom, antes de terminar, mais algumas constatações:
1. Os portugueses não chamam todos Manuel. Nem têm bigode. Nem lápis atrás da orelha.
2. É um povo bem simpático. Conhecemos 2 portuguesas no congresso que foram muito legais. Uma delas ficou contando uma história... que ela tinha ido ao Brasil de navio quando tinha 4 anos para conhecer o pai, que estava morando lá. E ela tinha um amiguinho de família japonesa... uma história sem fim.
3. Muitos portugueses têm parentes que estão no Brasil.
4. Os traços são muito parecidos com os nossos mesmo. Aliás, os nossos são parecidos com os deles.
5. Os azulejos portugueses também existem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário