Bruxelas é renegada na maior
parte dos roteiros turísticos. Fico pensando que deve ser porque não tem os
muitos monumentos e museus de Paris, nem a importância histórica de Roma... O
fato é que muita gente deixa Bruxelas de lado. Acho uma tremenda injustiça.
Adorei a cidade, achei limpa, bem planejada, arborizada, movimentada sem chegar a
atrapalhar (não tem jeito, a quantidade de turistas em Paris me incomodou
demais!). Senti um outro cheiro de xixi saindo do metrô, alguns pedintes, mas
de modo geral a cidade me passou uma impressão muito boa.
O fato de não ter um milhão de
coisas pra fazer e pra ver acaba sendo extremamente positivo, pois permite
fazer as coisas sem muita pressa. Permite saborear a cidade, literalmente, pois
chocolates e cervejas de qualidade são sua marca. No fim de semana que fui à
Paris, praticamente não comi nem dormi, porque não dava tempo. Na segunda-feira
estava podre!
A cidade de Bruxelas não é muuito
grande e muita coisa pode ser feita a pé. Ela é dividida em duas áreas
principais. Na Cidade Baixa está a famosa Grand Place. Essa região é
historicamente mais pobre, onde vivem os operários e imigrantes. Na Cidade Alta
vive a aristocracia. É nessa elegante região que estão os edifícios
pós-modernos das instituições do bloco europeu.
Começamos o passeio pela Cidade
Alta, onde ficava nosso hotel. Fomos caminhando pela Av. Louise, uma avenida
movimentada, cheia de lojas e hotéis chiques.
Depois passamos em frente ao
Palácio de Justiça. Muito bonito, pena que estava em obras. A moça do hotel
disse pra olharmos a vista que tinha de um mirante perto dele. Coitada, não
dava pra ver nada direito... Muito sem graça!
Fomos seguindo para a Place du
Grand Sablon. Na extremidade da praça fica a igreja Notre-Dame du Sablon. Ela é
muito bonita por fora, mas não entramos, porque estava morrendo de fome e
procurando um lugar pra comer. Logo abaixo da igreja tinha uma feirinha com
objetos antigos, que imagino que deva acontecer todo sábado.
Em frente à igreja ficam os
Jardins du Petit Sablon, rodeado por 48 estátuas representando as guildas
medievais da cidade. Ao fundo do jardim está uma fonte e de cada lado da fonte,
12 estátuas de personalidades dos séculos 15 e 16.
Na Place du Grand Sablon
propriamente dita, estava acontecendo a Maratona de Jazz de Bruxelas, com
apresentações de música e dança e barraquinhas de bebida e comida durante todo
o dia (aliás, eram 3 dias).
Logo abaixo da praça, encontramos
uma ruazinha cheia de simpáticos restaurantes e foi lá que almoçamos. Cordeiro
e coelho (este no molho de cerveja belga), ambos acompanhados das famosas
fritas belgas.
Passamos em frente aos Musées
Royaux des Beaux-Arts, composto do museu de arte antiga e do museu de arte
moderna (no acervo, seis séculos de arte belga internacional), e logo chegamos
à igreja Saint Jacques sur Coudenberg.
Um pouquinho mais pra frente está
o Palais Royal, residência oficial da monarquia belga.
Bem em frente ao palácio fica o
Parque de Bruxelas, uma enorme área verde cheia de gente fazendo fotossíntese.
Demos uma entradinha, rapidinho, e ficamos o tempo todo em que estivemos lá
olhando uma família de patos. Uma daquelas coisas bobas, mas que chamam nossa
atenção. Os patinhos estavam nadando displicentemente pelo lago até que o pato
que estava do lado de fora (que eu supus ser o pai) começou a fazer uma
barulhada infernal. A pata (eu acho) se aproximou dos filhotes, o pato entrou
na água e eles ficaram conversando fazendo mil quás. De repente, silêncio. E
começa a barulhada de novo. Meu marido, muito esperto e atento (eu sou uma
voada), que me mostrou que tinha um cachorro de olho neles. Achei tão legal,
que queria ficar ali um tempão esperando os cachorros se aproximarem deles
(para ver se a teoria estava correta).
Mas voltando à vida humana,
descemos para a Cidade Baixa pelo Mont des Arts, que fica logo abaixo da igreja
Saint Jacques sur Coudenberg . É uma escadaria bonita, com um jardim florido e cheio de pequenas
fontes. É nessa região que fica a Biblioteca Real da Bélgica.
Na parte debaixo está um
simpático relógio que dizem fazer aquelas gracinhas de sair bonequinhos quando
ele bate, mas não estava funcionando, porque nem ponteiros tinha.
Fomos para a Catedral Sts-Michel
et Gudule, que é a igreja nacional da Bélgica. Ela é muito bonita por fora, mas
o interior não é muito rebuscado, em função do saque protestante de 1579 e de
roubos ocorridos durante a Revolução Francesa.
Chegamos, então, à Grand Place, a
principal atração de Bruxelas. E ela merece mesmo! É linda! Cada construção
mais bonita que a outra. Tirei tantas fotos que depois vou fazer um post só
sobre ela. A maratona de jazz prejudicou um pouco, porque o palco estava
montado bem em frente à Maison du Roi.
Depois fomos ver o “símbolo” da
cidade, o Manneken Pis. Esse mesmo, o menininho pelado! E, pra nossa surpresa,
quando chegamos lá ele estava vestido. Não se sabe muito bem o que inspirou a
obra. Conta-se que, no século 12, o filho de um duque foi pego urinando em uma
árvore, bem no meio de uma batalha, fato celebrado em bronze como símbolo da
coragem militar. Em 1698 um governador da cidade providenciou uma série de
trajes para vestir a estátua, iniciando a tradição que perdura até hoje. O
bonequinho tem uma coleção de matar de inveja muitas mulheres, cerca de 650
roupas, expostas no Musée de La Ville. Ah! A versão feminina dele é a Jeanneken
Pis, mas ela eu não consegui encontrar! Mais tarde, quando passamos em frente
ao menino de novo, ele já estava peladinho.
Olhando o mapa, a região pode
parecer maior do que é. Essa área não é muito grande e passamos o resto do dia
rodando pra lá e pra cá. Passamos em frente à Bourse de Bruxelles e encontramos
esse curioso cachorro (o que o povo não faz por uns trocados).
Passamos também pela Rue des
Bouchers, uma rua para pedestres cheia de restaurantes. E no fim entramos nas
Galeries St-Hubert, mas as lojas já estavam quase todas fechadas. Esse negócio
de horário de verão é um problema. Como não escurece nunca, a gente acha que
está sempre tudo aberto!
Terminamos o dia na Grand Place,
tomando a “cerveja do copo” e assistindo um show da maratona de jazz.
No dia seguinte, como só tínhamos
uma manhã, fomos conhecer a região do Bruparck, um parque temático com várias
atrações. É lá que estão o Atomium, a Mini-Europe, o Kinepolis e a Océade (cada
um com ingressos individuais para entrada). É um pouquinho longe, mas o metrô
deixa bem na porta. Basta pegar a linha azul na direção Roi Baudouin e descer
na penúltima estação (Heysel). Aliás, o metrô de Bruxelas é engraçado, porque tem
duas linhas que fazem praticamente o mesmo trajeto (a diferença é que a linha
azul vai até mais longe). Aí custei a entender o painel (porque fui pateta
mesmo) e perdi o metrô com ele parado na minha frente. Mas é simples, simples.
A setinha indica a estação que você está e a luzinha vermelha mostra qual das
linhas está parada naquele momento (e em quais estações estão os outros
metrôs). O cartão com 10 bilhetes custa 13 euros e vale para metrô, tram e
ônibus. Pode fazer integração durante um tempo, mas não sei exatamente quanto
(deve ser 1 hora).
Voltando ao Bruparck, olhamos o
Atomium apenas de fora e ele é enorme! Tem 100 metros de altura e se destaca na
região. Pode entrar e fazer o passeio por dentro, mas como a gente não tinha
muito tempo, preferimos entrar na Mini-Europe.
Eu sou suspeita pra falar, porque
adoro miniaturas. Tá certo que essas miniaturas são bem grandes, mas ainda
assim são miniaturas. Fico encantada com a quantidade de detalhes. É um pouco
carinho (13,80 euros), mas eu gostei bastante. Aliás, já tinha ido no
mini-mundo em Gramado e fiquei feliz de ver que, apesar de ser menor, ele está
totalmente a altura deste da Europa.
Fim do tempo (queria ter ido ao
Parc du Cinquantenaire, mas não deu). Uma passadinha rápida na Grand Place para
fazer hora para pegar o ônibus para a Amsterdam e, descubro minha mochila
aberta. A parte da frente estava aberta e faltando a minha caixinha de óculos
escuro. Sorte que eu estava usando ele e dentro dela tinha apenas um brinco de
1 real da 25 de março. Não sei, nem nunca vou saber, se deixei a mochila aberta
e caiu ou se alguém abriu e eu nem percebi. Enfim... ainda bem que foi só isso.
Foram 24 horas que passaram
voando e me deixaram curiosa, pensando por que é que as pessoas deixam de lado
uma cidade tão bacana e cheirosa (sim, ela tem cheiro de chocolate em algumas
ruas!).
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Bruxelas é show, principalmente para quem gosta de cerveja. Além do mais, o Delirium Café é simplesmente o paraíso cervejeiro na Terra. Parabéns pelo post, muito bom e mostra muito do que há de bom nessa cidade, ainda que muitos relutem em dizer que não há nada para fazer por lá, o que discordo completamente. Abraços.
ResponderExcluirEu também adorei Bruxelas! Achei a cidade uma delícia, dessas que dá vontade de ficar morando por lá! Uma pena que seja deixado de lado na maioria dos roteiros.
ResponderExcluirÓtimo o post!
ResponderExcluirEstou planejando minha viagem para Bruxelas e estava com muita dúvida de quantos dias passar e o que fazer na cidade.
Excelente, iremos visitar a Bélgica e reservamos 4 noites em Bruxelas. Vamos aproveitar ruas dicas.
ResponderExcluirÓtimo saber dos pontos turísticos de Bruxelas! Irei final deste mês, como ficarei alguns dias tenho que saber quais os pontos legais a serem visitados!
ResponderExcluirMuito boas as tuas dicas! Além de super claras e bem humoradas, já nos levou pra lá antes de chegarmos!!!! Parabéns!
ResponderExcluir...boa noite,
ResponderExcluirPretendemos passar 3 dias em Bruxelas,de acordo com suas dicas, já fizemos até um mini roteiro.Valeu