Brasão da cidade |
Tenho que confessar que História nunca foi meu forte... Sempre achei difícil guardar aquele monte de informações na cabeça, saber quem fez o que, onde, quando... Difícil, muito difícil! Mas imaginar que vou conhecer de perto a História que só conhecia através dos livros da escola, fez nascer em mim um interesse repentino. Afinal, que graça tem estar ali, onde tudo aconteceu, sem saber de nada...Resolvi então pesquisar um pouco sobre a história da França. Li umas coisas, relembrei algumas, outras percebi que nunca soube! E me cansei! Ouso dizer que o pessoal das Exatas não tem muita paciência com histórias. Sim, é uma vergonha! Resolvi então começar devagar, tenta ndo entender melhor a cidade onde vou ficar. Fiquei fascinada! Como ela é velha!!!!!! Quanta História tem ali!
Para começar, a cidade de Clermont-Ferrand nasceu da união de duas cidades distintas, Clermont e Montferrand, decidida por Luís XIII e confirmada no reinado de Luís XV. Durante muito tempo, apesar das decisões oficiais de união, Clermont e Montferrand foram aglomerados populacionais separados, de ambos os lados da actual avenida da República, por um vazio que só foi urbanizado numa época recente. Clermont e Montferrand foram, no passado, cidades muito diferentes.
Enquanto Montferrand foi fundada no início do século XII pelos condes de Auvergne segundo o modelo das cidades novas do Sul, Clermont remonta á antiguidade e assumiu rapidamente o carácter de uma cidade episcopal. A mais antiga referência á existência de Clermont está presente numa obra de Strabon, do início do século I. A cidade foi então denominada Nemossos e qualificada de "metrópole" das arvernes, o que demonstra a sua importância. Em meados do século I, passou a denominar-se Augustonemetum e conheceu uma fase de expansão que terminou em meados do século III, quando passou a chamar-se Arvernis. Esse nome ficou até o século IX, quando foi, então alterado para Clermont.
No século II, a cidade galo-romana devia ter uma população compreendida entre 15 e 30 mil habitantes, o que a torna uma das maiores cidades da Gália Romana. No entanto, no início do século IV, a superfície da cidade foi reduzida e ela estava rodeada por uma muralha com cinco portas que subsistiram durante toda a Idade Média, até a época moderna. A sua localização determinou o traçado das ruas quando a cidade da Idade Média se desenvolveu.
Após o desaparecimento do Império romano, conheceu um período de obscuridade e de dramas. Foi alvo de rivalidades entre os povos que invadiram a Gália e não foi poupada pelos Normandos quando do enfraquecimento do Império carolíngio. Nessa época. a cidade era essencialmente episcopal.
Foi para contrariar o poder de Clermont, que, no início do século XII, os condes de Auvergne estabeleceram a cidade de Montferrand perto de um dos seus castelos. Entre os séculos XIII e XV, a história da cidade foi marcada pela rivalidade entre bispos e burgueses.
Catarina de Medici |
O século XVI foi, para Clermont, uma época de transformação e de progresso. Catarina de Médicis tornou-se dama de Clermont, depois de um processo no Parlamento, contra o bispo Guillaume Du Prat, na qualidade de herdeira dos antigos condes de Auvergne. O papel do bispo passou a ser apenas de ordem espiritual. Catarina de Médicis aumentou as liberdades municipais, concedeu a Clermont uma "Sénéchaussée" (tipo de jurisdição territorial) primeiramente senhorial e depois real, rivalizando com a Sénéchaussée estabelecida anteriormente em Riom, e fundou uma jurisdição consular.
Em 15 de abril de 1630, foi determinada a união de Clermont e Montferrand. Porém, ela só foi efetivamente realizada um século depois, em 1731.