Engraçado, eu nunca tive muita vontade de conhecer Berlim. Talvez por não ter os monumentos que povoam nossa memória desde sempre, como Paris ou Roma, ou por não estar tão na moda como Praga... O fato é que eu não sabia muito o que esperar de Berlim. Sabia mal mal que a cidade tinha sido dividida em duas e que eu já era nascida quando o famoso muro de Berlim foi derrubado. Digo mal mal porque, infelizmente, sou realmente péssima em história (ou seria História?). Mas tive uma grata surpresa ao chegar lá. Digo, com certeza, que em termos de cidade, foi uma das que mais gostei. Daquelas que dá vontade de passar um tempão descobrindo as mil coisas que oferece, ou melhor, daquelas que dá vontade de morar e desfrutar da infraestrutura. Da organização, do transporte...
Tenho uma tia que amou Berlim. Se você perguntar pra ela o que acha da cidade, ela vai dizer: é jovem, vibrante. E foi isso o que senti mesmo. Era alto verão, fazia um calor de matar e parecia que a Alemanha inteira estava de férias (e acho que estava mesmo). Era gente de todas as idades viajando de mochila nas costas, de bebê a senhores e senhoras de idade. Pra mim foi o ideal do envelhecimento. Ver aquelas mulheres grandonas de cabelos brancos bem curtos e arrepiados, sandália de caminhada, bermuda e mochila nas costas só me fez ver que um dia quero ser como elas. Mulheres sem um pingo de maquiagem, mas que pareciam trazer uma bagagem enorme de viagens e mais viagens com elas. Invejei a valorização do interior das pessoas e não do exterior, como tenho visto cada dia mais. Estava claro ali que o importante era ser, e não ter.
Conclusão: amei Berlim, amei as alemãs sem maquiagem, amei a alegria que eles aparentavam (para um povo conhecido como frio, talvez o calor tenha quebrado gelo). Para quem gosta de história, também é um prato feito. Apesar da tristeza das lembranças, é muito legal você estar ali onde fatos tão importantes e recentes aconteceram.
Em breve, posts de Berlim.