Estou prestes a completar mais uma primavera, ou melhor, outono e foi impossível não me lembrar do meu último aniversário. Tinha apenas 2 meses que eu estava na França, mas tive uma comemoração daquelas que marcam a gente. Quem pensa que francês é um povo seco e frio está redondamente enganado. E aí está a prova. Pessoas que mal me conheciam (e que eu mal conhecia também) me proporcionaram um aniversário inesquecível! Como eu falei neste post, tem momentos que nos emocionam porque são a prova da realização de um sonho. E meu aniversário foi um deles.
Engana-se quem pensa que a comida na França é apenas croissant, queijo e batata. É verdade que eles comem isso (bastante!) mesmo, mas se tinha uma coisa que meus colegas franceses adoravam era comida japonesa. Era um tal de combinar de ir no japonês que eu nunca vi! Nos 5 meses que ficamos lá eles foram váaarias vezes. E a gente sempre ficava de fora , porque não gosta de comida japonesa (às vezes desconfio que eles marcavam japonês quando não queriam que a gente fosse! rsrsrs).
Já no fim da temporada eu decidi "no próximo japonês podem chamar que a gente vai!". E fomos mesmo!
Nas minhas viagens tudo ia muito bem até a hora de sentar no restaurante e fazer o pedido. Cada cardápio era um mundo novo se abrindo. Se as comidas eram diferentes, imagine o nome delas... A princípio o mais importante era diferenciar entre boi, frango, porco e peixe (e pato, coelho, cordeiro...). E algumas vezes me arrependi da escolha. Sinceramente... não gostei muito das carnes da França. Pra começar vem sempre mal passado. Depois de um tempo aprendi que tinha sempre que dizer "bien cuit" (bem passado), senão vinha literalmente sangrando.
Mas se tinha uma coisa que não tinha erro eram as saladas. Cada uma mais gostosa e caprichada que a outra. Minha experiência com saladas foi em Lyon (já falei neste post aqui). "Nossas entradas (a parte mais gostosa!) foram as saladas Lyonnaise, com alface, croutons, bacon e ovo poché; e salada de crèvre chaud, com alface, nozes e um delicioso queijo de cabra derretido."
É bem verdade que este post está vindo com 1 ano de atraso. Uma das minhas primeiras ideias de post era justamente falar sobre comer no Restaurante Universitário na França. Mas fiquei 5 meses planejando tirar uma foto da comida, do RU por dentro... e não fiz isso. Em 5 meses só fui almoçar sem o pessoal do lab uma única vez (talvez duas), e justamente dessa vez estava sem meu celular pra tirar as fotos. E confesso que ficava com vergonha de tirar na frente deles... Bobeira, mas acontece... Então fui enrolando, enrolando... e nada... E depois voltei para o Brasil e acabei me preocupando em escrever sobre as viagens e fui deixando pra lá. Mas antes tarde do que nunca, principalmente porque sei que as memórias vão ficar cada vez mais longe de mim.
Tinha um amigo que, quando eu estava na França, me perguntava sempre "E o misto quente? Já comeu?" E o tempo passava, passava e nada... eu comia sanduíche frio de baguete, comi o quente (panini) e nada do misto quente, o famoso sanduíche francês croque monsieur, que deu nome ao blog. Até que um dia fomos almoçar com o pessoal da faculdade em um padaria próxima ao Campus e eu finalmente comi!
É bem parecido com um misto quente mesmo. Aliás, a maioria da receitas é exatamente um misto quente. Alguns com queijo por cima, outros não. O meu tinha, além de gruyère, queijo de cabra por cima. Mas o recheio era um pouco diferente, mais cremoso. Vi que tem receitas que usam leite e ovo, mas o mais tradicional e simples de ser feito em casa é o pão, manteiga, queijo e presunto. Olha a receita da mocinha aí.
Bom, verdade seja dita, não achei nada demais (acho que por isso demorei tanto pra experimentar)... Mas tradição é tradição... vai entender ne!
Para quem quiser assistir o vídeo da receita de croque monsieur feita pelo Olivier Anquier:
E para quem se interessar, a padaria que comi em Clermont chama-se Pain Le Délicieux (52 Rue de la Gantière) e fica perto da faculdade. É uma padaria ótima, que serve almoço e tem cada coisa boa!!!!
Quando estou planejando uma viagem, tenho mais ou menos um roteiro na escolha dos lugares que vou visitar. Olho os transportes, o lugar pra ficar, a facilidade de acesso e, claro, as fotos da cidade. Tem lugares que me conquistam com apenas uma imagem. Daquelas que é só jogar no google e elas aparecem aos montes, tiradas por várias pessoas diferentes. E me dá uma vontade enorme de ter uma também. Igualzinha a dos outros... mas tirada por mim. Ou melhor, vista, ao vivo, por mim...! E Menton foi assim. Estava procurando mais uma cidade da Côte d'Azur para conhecer e topei com essa foto (quer dizer, uma similar, pois essa fui eu que tirei!). Como a cidade fica a apenas 10 minutos de Monaco, decidi na hora.
Se tem um lugar que me deixou de queixo caído na Côte d'Azur, esse lugar foi Monaco. Cheguei lá sem saber muito bem o que iria encontrar. Sabia que Monaco é um Estado independente (praticamente dentro da França). Sabia que era um lugar de bacana. Que tem corrida de Fórmula 1 e que tem um cassino para milionários. E que é minúsculo. Menos de 2 km quadrados (só perde para o Vaticano). E era isso.
Logo que descemos na estação de trem, percebemos que as coisas ali eram mesmo diferentes dos outros lugares que conhecemos. A estação é super bonita por dentro. É gigante e tem um monte de saídas (acho que são 3). Cada uma dá num lugar diferente da cidade. Saímos na saída que fica na parte mais alta e fui surpreendida com essa vista!
Nossa chegada em Cannes foi no fim da tarde. Depois de passear o dia todo em Nice, estávamos suados, melados e cansados... Pode imaginar como foi chegar assim a essa cidade... quero dizer, o pessoal estava todo arrumadinho, limpinho... e a gente... rsrsrs Acho que, por isso, logo que chegamos, tive a sensação da cidade ser mais cheia de pompa e glamour que Nice (e é mesmo). Demos uma voltinha pela orla. A praia, que em Cannes já é de areia, ainda estava cheia, apesar de já estar quase anoitecendo... quer dizer, demorou ainda para escurecer, mas é que escurecia tão tarde, que nessa hora já deviam ser quase umas 19 horas.
